pode parecer que me estou a contradizer,
pode parecer que não tenho uma ideia formada sobre o assunto,
pode até parecer que sou a favor
a verdade é que sou A FAVOR DO CASAMENTO e de como está instituído na nossa sociedade,
mas a liberdade de escolha, de pensamento, o poder optar são situações que, espero, jamais irei abandonar.
creio que para quem partilha a vida com outro, seja esse outro do mesmo sexo ou não, deveria ter os mesmos benefícios fiscais assim como os mesmos direitos sobre o "construído" em comum.
É este o ponto que, de alguma forma, me divide.
Para mim só posso pedir respeito quando respeito e assim só posso pedir igualdade quando não a faço a minha semelhança.
Encontrei este texto que reflecte a minha linha de pensamento, o que ainda não encontrei é a forma de igualar os direitos para o que foi "construído" em comum.
CASAR É UM ASSUNTO DEMASIADO SÉRIO
Casamento Gay, de João Pereira Coutinho
in Expresso
Uma agressão somente à religião Católica? Não (não existem casamentos entre indivíduos do mesmo sexo em nenhuma religião).Uma agressão somente à Civilização Ocidental? Não (não existem casamentos entre indivíduos do mesmo sexo em nenhuma civilização).Uma agressão somente à humanidade? Não (não existem casamentos entre indivíduos do mesmo sexo em nenhum grupo de humanos).Uma agressão à Natureza? Certamente não há no Reino Animal situações de acasalamento entre indivíduos do mesmo sexo. Casamento "gay"
Abomino histerias.
E o casamento "gay" é histeria.
Segundo dizem, recusar o casamento a pessoas do mesmo sexo é uma "discriminação".
As pessoas dizem a palavra - "discriminação" - e esperam que eu me comova.
Não me comovo.
Claro que é uma discriminação.
E daí?
Todos os dias, a todas as horas, sobre as mais variadas personagens, a sociedade exerce as suas "discriminações".
Se, por mera hipótese, eu pretendesse casar com duas mulheres, estaria impedido pela força da lei.
Não será isto uma "discriminação"?
Por que motivo o Estado impede que três adultos que se amam possam construir uma família em conjunto?Arrisco hipótese: porque a sociedade estabeleceu os seus códigos de conduta, os seus símbolos, as suas "instituições".
São estes códigos, estes símbolos, estas "instituições" que sustentam a vida em sociedade e não vale a pena questioná-los por cálculo racionalista.
Acabamos por chegar a conclusões francamente lunáticas.
Se o casamento passasse a ser um mero contrato baseado no afecto (a visão sentimental da tribo), não haveria nenhuma razão substancial para impedir todas as formas possíveis de casamento: entre pais e filhos; entre irmãos; entre duas mulheres e um homem; entre uma mulher e vários homens; etc.
É justo que duas pessoas do mesmo sexo que partilham uma vida em comum possam assegurar certos direitos sucessórios ou fiscais.
Não é justo desmontar o casamento tradicional para acomodar o capricho de uns quantos.
Pior: o gesto apenas abriria uma nova forma de "discriminação" sobre todos os outros - pais e filhos; irmãos; duas mulheres e um homem; uma mulher e vários homens - que são deixados injustamente à porta do matrimónio.
Tenham juízo e, já agora, portem-se como homenzinhos.
Sem comentários:
Enviar um comentário